segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Amazônia Brasileira: Cidade do AM tem abstenção de quase 60% por causa da seca

A seca no Amazonas ajudou a afastar das urnas eleitores do município de Maraã, ao norte de Manaus. Na cidade, o índice de abstenção no segundo turno das eleições foi de 58,82%. O eleitorado do município é de 7.414 pessoas, das quais 4.361 não compareceram às urnas. Dilma Rousseff (PT) ganhou a eleição na cidade, com 3.486 votos. José Serra (PSDB) recebeu 436 votos.
 Município de Maraã, AM




A quantidade de faltosos em Maraã foi a maior do estado, cujo índice de abstenção foi de 26,81%, correspondente a 543.726 eleitores. Em todo o Brasil, a taxa de abstenção é de 21,5%."A abstenção em Maraã teve relação direta com a seca. Os eleitores não conseguiam chegar aos locais de votação e muitas embarcaçõs ficavam no meio do caminho", relatou Pedro César da Silva Batista, diretor geral do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Amazônia Brasileira: Uma nova espécie é descoberta a cada 3 dias na Amazônia, segundo WWF

O relatório da ONG WWF apresentado nesta terça-feira (26) na Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP 10), em Nagoya (Japão) conclui que 1.200 novas espécies de plantas e animais foram descobertas na Amazônia entre 1999 e 2009, o que equivale a uma nova espécie a cada três dias. O documento reúne o trabalho de vários de cientistas de museus, universidades e organizações do mundo todo.
Ranitomeya Benedicta


Ao todo, foram identificadas 637 novas espécies de plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 aves e 39 mamíferos, entre eles, sete novos macacos, seis descobertos no Brasil. Segundo o WWF, ainda há muito a ser descoberto na maior floresta tropical do planeta.

“O Brasil é o país com o maior número de espécies descobertas nessa década. Foram 280 novas espécies. Seis das sete espécies de primatas descobertos estão no Brasil. Temos que continuar protegendo a Amazônia e conservando ainda mais essa grande riqueza do país”, afirma Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil, de acordo com nota distribuída pela organização.

 Pyrilia Aurantiocephala, conhecido como "papagaio careca"



Entre as espécies surpreendentes descobertas há uma rã de cabeça vermelha e corpo azul; um papagaio careca de cabeça laranja; um bagre cego e minúsculo, vermelho vivo, que pode viver em rios que cortam cavernas; uma nova espécie de sucuri, a primeira descoberta desde 1936; e um novo boto cor de rosa, encontrado somente na Bolívia.

“É um conhecimento muito ainda pouco usado e nós precisamos avançar nas pesquisas, fazer mais expedições para encontrar mais dessas plantas, porque são plantas e animais que você só encontra in loco, ou seja, você precisa ir para a floresta”, diz Mauro Armelim, coordenador do programa Amazônia Viva.

Armelim faz um alerta: as grandes obras de infraestrutura na Amazônia podem levar à extinção de espécies ainda desconhecidas que também poderiam gerar riquezas para o Brasil. “Aqui temos ativos para fazer medicamentos, para produtos que podem substituir vários outros produtos artificiais e com qualidade: sem dúvida nenhuma, isso vai ser um ativo no futuro”, afirma.

Inia Bolivinensis, o boto da Bolívia

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Amazônia Brasileira: Nível de água sobe no Solimões, mas Negro está próximo de mínima histórica

Os rios da Bacia Amazônica ainda sofrem com a falta de chuva nesta semana. Em alguns pontos, o volume de água até subiu um pouco, mas não o suficiente.

No município de Tabatinga (AM), no Alto Solimões, a estiagem começa a dar uma trégua aos ribeirinhos, já que o rio subiu 64 cm. A estiagem na região amazônica é acentuada pela ausência de chuvas desde o ano passado. "Desde julho de 2009 até junho de 2010 choveu bem abaixo da média em toda Bacia Amazônica.

Isso contribuiu para que o nível dos rios fosse pequeno durante esse inverno", diz Marco Oliveira, superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).


A influência do clima castiga a população ribeirinha de 4 municípios banhados pelo Rio Negro, entre eles Manaus, capital do Amazonas. O Rio Negro tem descido uma média de 20 cm por dia. A previsão é de que 2010 registre a maior vazante da história já neste fim de semana.

A primeira medição do rio negro foi feita em 1902. Em 1963, foi registrada a marca mínima histórica de 13,64 metros. A marca atual é de 14,09 metros, a segunda maior da história. Na orla de Manaus, algumas embarcações estão ancoradas na grande faixa de areia que se formou. Segundo o CPRM, somente daqui a 20 dias o Rio Negro começará a receber a influência da subida das águas do Solimões.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Amazônia Brasileira: Reunião global sobre biodiversidade começa esta semana no Japão

Começa nesta segunda-feira (18) em Nagoya, no Japão, a décima reunião das partes (COP10) da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, que reunirá representantes de 193 países para buscar um acordo que permita reduzir a perda de biodiversidade no planeta até 2020. O encontro termina no dia 29.

A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU é um tratado que tem três objetivos principais: a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dela, e a repartição dos benefícios oriundos da utilização dos recursos genéticos.

Centro de convenções, Nagoya


A delegação brasileira vai à reunião à frente do grupo de 17 países megadiversos, ou seja, aqueles que detêm a maior parte biodiversidade do planeta. O governo brasileiro diz que defenderá a obtenção de um acordo internacional que inclua metas realistas e preveja um aumento significativo do financiamento internacional às ações de conservação da biodiversidade.

O país também vai se posicionar para que haja um consenso mundial sobre um protocolo para o acesso e repartição dos benefícios gerados a partir de material genético.

Outro tema que deve ser debatido no Japão é a necessidade de se criar um painel permanente que faça estudos científicos sobre a perda de biodiversidade no planeta, assim como já é feito em relação ao aquecimento global no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Amazônia Brasileira: Seca no Amazonas atinge 40 mil famílias

A seca já atingiu 40 mil famílias e fez 25 cidades decretarem situação de emergência no Amazonas desde o início de agosto, segundo o governo do estado. A Defesa Civil reconheceu condição de emergência para 21 municípios na sexta-feira (8). As informações são da Agência Brasil.




A ajuda aos municípios prejudicados começou nesta semana, de acordo com o governo estadual, com o envio de 6 toneladas de alimentos. A condição de transporte também é dificultada. "Os barcos não podem navegar. O transporte só por ser feito de canoa. Alguns alimentos começam a faltar", disse à Agência Brasil o chefe de gabinete da prefeitura de Ipixuna, Anísio Saturnino.

A cidade de Ipixuna, no sudoeste do Amazonas, deve receber nesta segunda-feira (11) cestas básicas, filtros para água e medicamentos trazidos pela Defesa Civil. Moradores do município enfrentam problemas intestinais por conta da má qualidade da água.






Segundo a Defesa Civil, as cidades em situação de emergência por conta da seca são: Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Iça, Tabatinga, Tonantins, Caapiranga, Boca do Acre, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Borba, Alvarães, Coari, Fonte Boa, Jutaí, Tefé, Uarin, Beruri, Manacapuru, Itacoatiara, Barreirinha e Parintins.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Amazônia Brasileira: Belém tem menos de 15% de florestas originais

A porção continental de Belém, capital do Pará, tem menos de 15% de suas florestas originais conservadas, de acordo com estudo divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. Realizado pela pesquisadora Surama Hanna Muñoz e coordenado por Leandro Ferreira, o estudo avaliou níveis de desmatamento em áreas urbanas da região metropolitana de Belém.

A pesquisa concluiu que as cidades da região, onde vivem mais de 1,8 milhão de pessoas, não tiveram planejamento urbano adequado ao longo dos anos. As altas taxas de ocupação e uso do território refletem na falta de conservação de florestas, que são retiradas para dar espaço a novas construções.


Os resultados mostram níveis de desmatamento distintos nos municípios. Com 67,2% de florestas derrubadas, Benevides é a cidade mais atingida na região. O desmatamento em Belém atingiu 51% da mata original, segundo a pesquisa, mas a taxa é mais alta ao levar em consideração a porção da capital no continente.

As ilhas que fazem parte de Belém tiveram 32,6% da mata original devastada, mas a parcela continental da cidade teve 87,5%, de acordo com o estudo. Isso faz com que a taxa de florestas originais na região seja inferior a 15%.

A perda de florestas na área urbana de Belém pode ameaçar a conservação da biodiversidade no local, de acordo com os pesquisadores. Por isso, o Museu Goeldi recomendou que algumas áreas de mata isoladas na cidade sejam transformadas em novas unidades de conservação. A pesquisa identificou 154 fragmentos florestais urbanos na região metropolitana de Belém, com áreas de até 393 hectares.


As regiões central e sudeste de Belém têm os piores índices de fragmentos florestais urbanos, de acordo com o estudo, considerando tamanho, isolamento e o efeito de borda, que leva em conta a distância de um local conservado até outro. O sudoeste da cidade apresenta melhores condições para a soltura de animais silvestres, principalmente na região próxima ao Rio Guamá. De modo geral, a pesquisa concluiu que a área metropolitana de Belém tem poucos fragmentos florestais, sendo que os atuais são pequenos e isolados.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Amazônia Brasileira: Em torre na floresta, cientistas estudam partículas

Cientistas conseguiram estudar pela primeira vez aerossois formados pela floresta em seu estado natural, usando equipamento específico numa torre de 40 metros de altura em meio à selva amazônica. Os aerossois são partículas que influenciam a formação de nuvens, e portanto, definem o regime de chuvas.

Artigo publicado na última edição da revista Science explica que os pesquisadores escolheram a floresta ao norte de Manaus para fazer suas medições porque ali, na época chuvosa, há as condições atmosféricas mais próximas daquelas encontradas na época pré-industrial, quando o ar ainda não estava contaminado pela ação humana.
Torre instalada na floresta amazônica.



O estudo pode ajudar a entender as diferenças químicas entre ambientes poluídos e limpos, e como a formação de nuvens é afetada por elas. O regime de formação de nuvens na Amazônia tem influência global no clima.

“É um tipo de partícula líquida orgânica”, explica Ulrich Pöschl, do Instituto Max Planck, na Alemanha, em nota sobre a pesquisa. “É a primeira vez que alguém conseguiu registrar uma dessas partículas em isolamento, pois no Hemisfério Norte e outras regiões antropogênicas (com influência da presença humana), quando você coleta uma partícula é uma confusão e cheia de fuligem, nitratos e outros poluentes”.
 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Amazônia Brasileira: Cavalos morrem de cólica na amazônia

Desenvolvido para ser consumido por bovinos, um tipo de capim tem causado a morte de cavalos na Amazônia e a origem do problema ainda intriga cientistas. Ao menos 50 mil cavalos morreram no bioma desde 2000 pelo consumo da gramínea, segundo José Diomedes Neto, professor e pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA), que estuda o caso.


A morte de equídeos ocorre em "praticamente todos os estados da Amazônia" há cerca de 8 anos, segundo Neto. O motivo da morte: cólica. "Cavalos que ficam nessas pastagens começam a apresentar um quadro de cólica. O sistema digestivo para de funcionar, aumentam a quantidade de gases e o risco de haver dilatação do estômago por refluxo, o que pode levar à morte", diz o pesquisador.

"Uma média geral permite dizer que metade dos animais que adoecem, morrem, geralmente em até 48 horas", diz Neto. Segundo ele, há casos de surtos de morte de grupos de 20 a 30 cavalos de uma só vez na mesma fazenda. "Sabe-se que o problema está relacionado ao capim, mas ainda não se conhece a causa."

Segundo Neto, a origem do problema está no consumo do capim Panicum maximun e de seus derivados: massai, tanzânia-1 e mombaça. A única forma de prevenção é transportar os animais para outras pastagens nos períodos mais chuvosos, quando geralmente ocorrem as mortes por cólica, de acordo com ele.

A gramínea que causa o problema foi desenvolvida pela Embrapa Gado de Corte em Mato Grosso do Sul nos anos de 1990, segundo a pesquisadora da instituição, Liana Jank. "Ninguém sabe qual é o problema desse capim", diz ela. "Acredito que não é a pastagem, mas alguma interação com o meio ambiente. Isso só ocorre no Norte do país."

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Amazônia Brasileira: Mato Grosso lidera ranking de queimadas

Com pouco mais de 38.270 focos de calor, o estado de Mato Grosso permanece na liderança do ranking dos Estados com mais focos de queimadas contabilizados entre 1° de janeiro até o último dia nove, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).  Entre os cinco primeiros estão ainda Tocantins (23.203), Pará (19.299), São Paulo (14.482) e Maranhão (12.591).


Tangará da Serra tem mais registros de queimadas segundo o contabilizado pelos satélites: 1.991. Paranatinga aparece em seguida com 1.507. Santa Carmem é o terceiro da lista com 1.331. No mesmo período do ano passado, o Estado contabilizou 15.396 focos.
 Queimadas na Amazônia




Desde o período proibitivo, que começou a vigorar no dia 9 de julho com objetivo de coibir incêndios florestais devido as condições climáticas extremamente desfavoráveis na região, as queimadas somam 22.203. Neste prazo, Peixoto de Azevedo está liderando a relação: 1.144 casos.  Paranatinga tem 892, Cocalinho com 883, Campinápolis com 631 e Tangará da Serra com 588.

O período segue até dia 15 de setembro.  Nova Mutum tem 105 focos, Sorriso 99, Lucas do Rio Verde tem 23 e Alta Floresta apenas 12.  Em Sinop, onde foi registrado 79 focos, foi enviada, na última semana, uma equipe com seis homens da Defesa Civil e uma caminhonete com equipamentos que têm capacidade de mil litros de água para combater focos de queimadas em florestas e áreas de pastagens no município.

 Combate às queimadas